Jelen

Esse é o post inaugural da nova categoria do balcânicas, dedicada às cervejas. Abrimos com a líder do mercado na Sérvia e umas das mais difundidas na região, a Jelen. Antes de mais nada, cerveja por aqui fala-se pivo.

Com mais de 250 anos de vida, a Jelen é da pequena Apatin, no noroeste da Sérvia, cidade com pouco mais de 32 mil habitantes. Com teor alcoólico de 5%, é uma cerveja do tipo Lager, mas mais leve. Sua fórmula tem água, lúpulo e cevada, o que para nós, brasileiros, já a torna especial (cereais não-maltados, leia-se milho, é dose! Está na hora da propalada paixão nacional ser mais bem tratada no Brasil!).

Nas ruas e bares, a Jelen é vendida em garrafas de 330ml ou em latas de 330ml e 500ml, o mais comum, pelo que percebemos. Há também o chope (delicioso!), em copos de 300ml ou canecas de 500ml. Em supermercados, há versões em garrafas maiores e retornáveis. A versão não-alcoólica foi a primeira produzida na Sérvia. O preço é bem em conta. Nos bares, uma lata de 500ml não sai por mais de 100 dinars (1 euro ou R$ 2,30, aproximadamente!).

Um brinde!

Ou melhor, “ZIVELI!”, como eles brindam por aqui. Significa “Vamos celebrar!”

Por que os Balcãs?

Outubro de 2010. Foi quando surgiu o sonho que começa a se materializar amanhã, 21 de junho de 2011. Logo nos primeiros meses de vida em Barcelona, onde cheguei para fazer uma Pós-Graduação em Fotojornalismo, já tinha clara a ideia de fazer uma viagem “jornalística” para fechar essa fase da minha vida e começar uma nova, voltada para a fotografia documental, autoral, sem amarras ou encargos.

Logo de cara pensei nos Balcãs. Tenho uma fascinação inexplicável por Kosovo, um país com apenas três anos de vida, praticamente desconhecido para nós, brasileiros. Me apoiei em uma efeméride – grande aliada do jornalista. Em 2012, se completam 20 anos do princípio do fim da ex-Iugoslávia. Um belíssimo gancho para dar força histórica e comercial à reportagem. A partir daí, comecei a produzir. Ler, ler e ler. Tentativas de contatos, busca por conhecidos de conhecidos da região, enfim, fazer o projeto decolar.

Aí surgiu o Fernando Figueiredo Mello. Amigo de infância que posso chamar de irmão, com quem compartilhei a ideia do projeto. Estava procurando um jornalista para escrever essa história e ele era o cara perfeito. Coincidentemente, ele estava de saída do trabalho no Brasil e ainda tinha um bom dinheiro (em euro!) guardado embaixo do colchão. Uma viagem que acabou não saindo, anos atrás. Praticamente um predestinado a me acompanhar na aventura balcânica.

Sempre fui atraído pelo homem e suas formas de interação com o mundo e me intriga muito tudo que ocorreu nessa região. A intolerância extrema entre diferentes etnias. O que motiva e motivou tudo isso? O que mudou e o que ainda está lá, pouco mais de 10 anos do fim dos últimos conflitos da região? Como é o cotidiano das pessoas que vivem separadas etnicamente dentro dos países?

Seria pretensão demais dizer que responderemos estas e outras questões com o nosso trabalho. Sinceramente, acredito que voltaremos com mais perguntas do que respostas. Mas, isso é o que nos motiva e é a matéria-prima do jornalista: navegar entre interrogações. Tentar dar elementos para que você, leitor, monte a sua história.

Espero que consigamos, pelas minhas fotos e pelos textos do Fernando, ao menos compartilhar o turbilhão de sensações que certamente nos moverá ao longo dos caminhos balcânicos.

Venha conosco nessa jornada de quase 40 dias! E não deixe de comentar, criticar, perguntar…

Bem-vindos! O balcânicas está no ar!